quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Fractais suspiros

Ganchos de ouro na voz do narrador infantil
já não desenham a esteira, nem mesmo a rede
de nossos Pais.

Hinos ao Criador, eles os interrompem,
pelo bafo do falso profeta.
Indígenas seriam conquistadores: atestado da falta
mortes são contadas em cada verbo

Articulação em oclusão do Sol
dentro das meias, aranhas engolem
(dançando um ballet miserável, sem ponta e metro)
O miolo da segunda morte em dia de Não

Bonecas de gesso pinçando traças do teto
quebramos o gelo na próxima curva somática
Fruto do Deus em pantomima de Artaud

Nem vem que não tem
a Dama da noite exala nossas histórias...
Cada passo em falso sai na pegadinha da quadrivisão

Os trechos de sangue incrustados na parede dos quartos
não são mais do que o ketchup estragado pelas compras passadas
e se vamos vooltar à pilantragem- jogo de véus
Hoje é dia de HHHAAaHHHAAaa
Botar pra quebrar

Somando os o(ri)fícios do teatro alquímico
à combustão dos garranchos latinos e suas Vias Crúcis
nada mais deformado que
casarões maiôs e tangas amarelas
e pedras com pernas procurando emular Homero

Quem sabe do que é a visão?
doadores de esmola sem um manto de Origem
Talvez, só anotações do jogo de xadrez perto da chaminé
Para que, um dia, sejam pássaros : verem assim do Alto:

e desçam no Terceiro Mundo -ventos anunciadores-
com a cara de gente mucho envergonhada
que reconhece nunca ter sido Dona de nada
Laboratório-nada

Timbre que nascerá
quando vencer
não for herdar
todas as coisas

Nenhum comentário:

Postar um comentário